quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Borboletas no estômago...


Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...
Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.
Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Freud explica.




O amor sexual é indubitavelmente uma das principais coisas da vida, e a união da satisfação mental e física no gozo do amor constitui um de seus pontos culminantes. À parte alguns excêntricos fanáticos, todos sabem disso e conduzem sua vida dessa maneira; só a ciência é refinada demais para admiti-lo.

Eu só brinco, quando é muito sério, é muito sério.



Pode haver um dia

Em que a poesia

Mude de endereço

Deixe apenas tédio

Mas enquanto isso

Vem brincar comigo

Vamos até onde

Possa ser só riso

Possa ir tão longe

Possa ser tão lindo

Pode ser brinquedo

Pode ser tão sério

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Bem vinda





Vieste
Na hora exata, com ares de festa
E luas de prata
Vieste
Com encantos, vieste, com beijos silvestres
Colhidos pra mim
Vieste
Com a Natureza, com as mãos camponesas
Plantadas em mim
Vieste
Com a cara e a coragem, com malas, viagens
Pra dentro de mim, meu amor
Vieste
À hora e a tempo, soltando meus barcos
E velas ao vento
Vieste
Me dando alento, me olhando por dentro
Velando por mim
Vieste
De olhos fechados, num dia marcado
Sagrado pra mim
Vieste
Com a cara e a coragem, com malas, viagens
Pra dentro de mim, meu amor.

De que são feitos os dias...


De que são feitos os dias?
de pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.

Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.

De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias,
- do medo que encandeia
todas essas mudanças.

Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces,
e em sinistras alianças...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cá estou eu...




Creio que foi o sorriso,

0 sorriso foi quem abriu a porta.

Era um sorriso com muita luz

lá dentro, apetecia

entrar nele, tirar a roupa,

ficar nu dentro daquele sorriso.

Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Mais pra perto





de repente

eu bem que podia

ser essa mosca

perto do teu umbigo

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ah...




Ah como ser
tanta emoção
Na harmonia
do abraço
E ser somente
esse braço
Num continente de afeto...


O corpo completo sente
Que repleto não se cabe...

Eu quero




Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer

mas acha que devia querer outra coisa.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

À espera




Deixa que eu
te ame em silêncio
Não pergunte,
não se explique,
deixe que nossas
línguas se toquem,
e as bocas
e a pele
falem seus
líquidos desejos.

Em busca de sentido




Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa.

domingo, 12 de agosto de 2007

Porque eu não saberia dizer melhor.



Desejo a você

Fruto do mato

Cheiro de jardim

Namoro no portão

Domingo sem chuva

Segunda sem mau humor

Sábado com seu amor

Filme do Carlitos

Chope com amigos

Crônica de Rubem Braga

Viver sem inimigos

Filme antigo na TV

Ter uma pessoa especial

E que ela goste de você

Música de Tom com letra de Chico

Frango caipira em pensão do interior

Ouvir uma palavra amável

Ter uma surpresa agradável

Ver a Banda passar

Noite de lua Cheia

Rever uma velha amizade

Ter fé em Deus

Não Ter que ouvir a palavra não

Nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança

Ouvir canto de passarinho

Sarar de resfriado

Escrever um poema de Amor

Que nunca será rasgado

Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira

Pegar um bronzeado legal

Aprender uma nova canção

Esperar alguém na estação

Queijo com goiabada

Pôr-do-Sol na roça

Uma festa

Um violão

Uma seresta

Recordar um amor antigo

Ter um ombro sempre amigo

Bater palmas de alegria

Uma tarde amena

Calçar um velho chinelo

Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém

Ouvir a chuva no telhado

Vinho branco

Bolero de Ravel

E muito carinho meu.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sim... estou a querer ver-te




A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe.

- Por favor... cativa-me! - disse ela.

- Bem quisera - disse o principezinho - mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. (...)

- Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente - respondeu a raposa. - Tu te sentarás primeiro longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Amapolas en campo de trigo



- Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Porque somos os primeiros a nos trair?


Ela perguntou alarmada: Mas o que é que você está querendo provar a si mesmo? Nada, respondi, machucado onde mais doía, sei muito bem o que posso e o que não posso.

Um convite ao ridículo



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.